Oficina: Viva Maria, uma tradução

Oficina: Viva Maria, uma tradução

Na terça, 8 de outubro, às 18 horas, o MariAntonia promove no programa “Conversa na exposição” da mostra “É tarde, mas ainda temos tempo” a oficina “Viva Maria: uma tradução”, com Ana Teixeira e Lívia Aquino, com entrada gratuita.

A oficina propõe a realização de uma possível tradução para a obra Viva Maria de Waldemar Cordeiro. Exposta na Bienal de Artes da Bahia de 1966, período da ditadura militar, a bandeira com a palavra CANALHA costurada em feltro foi retirada da mostra pelo então governador do estado Antônio Carlos Magalhães. Cinquenta anos depois torna-se imagem frequente nas redes sociais associada à canalhocracia escancarada no Brasil.

A palavra, um xingamento, subverte o próprio objeto, uma bandeira.

O título afirma a intenção de múltiplo: cobrir com bandeiras a empena do prédio anexo do Congresso Nacional em Brasília. Uma ação de tradução que se desdobra ainda na mudança da palavra inscrita originalmente no singular para o plural – canalhas – e na alteração do modo de exibição do objeto, do mastro vertical para os braços abertos na horizontal, semelhante ao gestual das manifestações.

O intento pode parecer pouco provável no que tange a uma possível aprovação da instituição envolvida. Mas o jogo aqui é o esforço para mobilizar grupos distintos dispostos a costurar e conversar acerca de assuntos relevante para os presentes, aquilo que pode ser de todos. Coser a palavra e ao mesmo tempo falar sobre quando somos feridos por ela – quando a canalhice é estrutural a ponto de respingar em todos nós.

O encontro será uma conversa costurada entre todos que se interessem pela possibilidade de estar juntos e de fazer algo acontecer, pois como diz o título da exposição “É tarde, mas ainda temos tempo”.

Local: edifício Joaquim Nabuco