Mostra de filmes “Confidências das imagens na Antropologia”​

Mostra de filmes “Confidências das imagens na Antropologia”​

Paralelamente à exposição “Confidências das imagens na Antropologia: modos de ver, pensar e interrogar” o Centro Universitário Maria Antonia apresenta uma mostra de filmes. Confira a programação:

Coordenação da mostra: Fabiana Bruno

16 de abril (terça-feira) às 15 horas

Sessão 1

Outro fogo
, Guilherme Moura Fagundes (Brasil, documentário, 21 min, 2017)

Sinopse: Um registro sensorial das relações de afinidade e inimizade com o fogo na conservação do bioma Cerrado. Na companhia de moradores locais contratados para atuarem como brigadistas e, mais recentemente, como agentes de manejo, o curta-metragem explora os afetos estabelecidos com o fogo em meio às pirofobias do combate e às pirofilias do manejo. Além de documentar a luta contra incêndios e as técnicas de manipulação, o experimento cinematográfico aponta para uma antropologia visual mais que humana, onde forças ambientais como o calor, a vegetação e o vento compõem uma alteridade cuja condição permanece ambígua.

Ficha técnica: Direção, Roteiro, Imagens e Pesquisa: Guilherme Moura Fagundes / Roteiro, Montagem e Colorização: Pedro Branco / Pós-Produção de Áudio: Olívia Hernandez / Música: Yogi, Forest e Silo de NaDa BaBa (álbum Yidaki Mind Tree) H e HH de Kosta T & Ghofra Z (álbum H.AIR) / Produção: Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais – IRIS / Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) / Associação de Brigadistas e Condutores Turísticos de Rio da Conceição e Região (ASCOBRI) Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília (DAN/UnB) / Vínculo de Pesquisa: Laboratório de Antropologia da Ciência e da Técnica (LACT/UnB) / Laboratoire d’Anthropologie Sociale (LAS/Collège de France) / Jalapão, Chapada dos Veadeiros, Brasília e Paris Novembro de 2017.

Sessão 2
O som dos sinos, de Marcia Mansur e Marina Thomé (Brasil, documentário, 70 min, 2017)

Sinopse: Em Minas Gerais, toques de sinos anunciam e marcam o ritmo da vida dos moradores das cidades históricas. O tempo do trabalho, do descanso, da oração, da celebração. Os sineiros, personagens do alto das torres, aprendem como comunicar mortes, partos, incêndios, missas e horários sacros.  Os toques dos sinos de hoje se transformaram através do tempo, misturando à sua origem colonial a forte presença africana no Brasil. O documentário é uma representação da experiência religiosa no cotidiano e busca o universo simbólico da fé íntima e das cidades onde reverberam os toques dos sinos, registrados como patrimônio imateriais brasileiros.

Ficha técnica: Realização: Estúdio CRUA / Direção: Marcia Mansur e Marina Thomé / Produção executiva: Marcia Mansur / Direção de Fotografia: Marina ThoméRoteiro: Luisa Pitanga / Edição: Marina Thomé e Fernando Muñoz / Som Direto: Renato Cortez / Edição de Som: Vinícius Leal e Daniel Velutini / Mixagem: Jesse Marmo / Correção de Cor e Pós Produção: Marmo Entretenimento / Coloristas: Hebert Marmo, Renzo Machado e Anuar Marmo / Coordenação de Produção: Júlia Franceschini / Assistentes de edição: Maurício Lustosa, Beatriz Cavalcanti

Sessão 3

Nhande Ywy
Direção: Ana Lucia Ferraz e Cacique Elpídio Pires (Brasil-Paraguai, 29 minutos, 2018)

Sinopse: Nhande Ywy acompanha o cacique Elpídio Pires, da aldeia Potrero Guassu, no Mato Grosso do Sul. Na fronteira Brasil/Paraguai, conhecemos a história de uma retomada.

Ficha técnica: Direção: Ana Lucia Ferraz e Cacique Elpídio Pires / Fotografia: Ana Lúcia Ferraz /Edição: Giulia de Vitto Nunes Rodrigues /Som direto: Luan Rodrigues Pacheco /Finalizaçao de Som: Franz Córdova /Realização: Laboratório do Filme Etnográfico – UFF

 

7 de maio, terça-feira, às 15 horas

Sessão 1
Entre parentes, de Tiago de Aragão (Brasil, documentário, 27:49 min, 2018)
(2º lugar no Prêmio Pierre Verger, 2018)

Sinopse: Um ano após o impeachment presidencial, Brasília recebe a maior mobilização indígena durante a 14ª edição do Acampamento Terra Livre, no final de abril. Enquanto isso, na mesma Esplanada dos Ministérios que abriga barracas de povos indígenas de todo o Brasil, parlamentares articulam uma agenda de retrocessos à causa indígena. Os parentes não deixarão de lutar.

Ficha técnica: Produção: Sal / Coprodução: Comova / Direção: Tiago de Aragão / Produtora Executiva: Ana Paula Rabelo / Diretora de Produção: Camilla Shinoda / Pesquisa: Camilla Shinoda e Tiago de Aragão / Roteiro: Tiago de Aragão / Fotografia: Alan Schvarsberg / Som: Arthur Egydio / Montagem: Guile Martins / Edição de Som: Camila Machado / Finalização: Isabela Padilha / Arte Gráfica: Bruna Daibert / Assistente de Fotografia: Lucas Kato Feliz / Assistente de Produção: Ana Rabelo / Assistente de Montagem: Ivan Viana Costa

Sessão 2

Deixa na régua, de Emílio Domingos (Brasil, 73min, 2016)
(Menção honrosa no Prêmio Pierre Verger, 2018)

Sinopse: Os salões de barbeiro das favelas e dos subúrbios são os lugares onde a nova estética da periferia nasce e se expande. Ponto de encontro dos jovens, os “barbeiros” se tornaram espaços de troca dessa juventude. “Deixa na Régua” entra nesse universo e, entre cortes, giletes e tesouradas, mostra o que se passa na cabeça dos barbeiros e de seus clientes.

Ficha Técnica: Direção: Emilio Domingos
 / Produção: Julia Mariano e Emílio Domingos (Osmose Filmes)
 / Direção de Produção: Julia Mariano
 / Produção Executiva: Alessandra Castañeda (Jurubeba Produções) / Direção de Fotografia: Léo Bittencourt
 / Montagem: Jordana Berg, edt.
 / Som Direto: Julio Lobato
 / Roteiro: Emílio Domingos e Julia Mariano
 / Assistente de Direção: Guilherme Ferraz
 / Fotografia Adicional: Leo Nabuco e Paulo Castiglione
 / Som Adicional: Bruno Espirito Santo
 / Produção de Set: Julia Kurc
 / Pesquisa: Emílio Domingos
 / Assistente de Edição: Bianca Oliveira e Paula Fanaia
 / Assistente de Produção: Guilherme Ferraz
 / Still: Saulo Nicolai
 / Produção de Finalização: Emílio Domingos e Paula Fanaia
 / Designer e Videografismo: Rodrigo Lima
 / Assessoria Jurídica: Paula Tupinambá
 / Edição de Som e Mixagem: Vinicius Leal e Jesse Marmo. / Assistente de Edição de Som: Daniel Velutini
 / Pós Produção: Afinal Filmes
 / Coordenação: Alexandre Rocha e Marcelo Pedrazzi
 / Correção de Cor: Beto Salvi
 / Assistente de Finalização: Danielle Feno
 / Transcrição: Bianca Oliveira e Guilherme Ferraz
 / Comunicação e Publicidade: Tufi Sami
 / Assessoria de Imprensa: Joca Vidal
 / Assistente de Produção Executiva: Carolina Moreira e Mariana Assunção (Jurubeba Produções)
 / Assistente de Produção de Base: Daniel Araujo (Jurubeba Produções)
 / Motorista: Gilson Gargaglione de Aguiar/ Música: Deixa na Régua (Lucas Santtana), produzida por Lucas Santtana e Estevão Casé
, gravada, mixada e masterizada por Estevão Casé no Rockit Estúdio. Lucas Santtana: Voz, Bateria Eletrônica, Baixos e Sintetizadores.

21 de maio, terça-feira, às 15 horas

Sessão 1

Nossa terra, nossa vida, de Françoise Biernaux (Brasil-Bélgica, 23 min., 2016)

Sinopse: Nem relato antropológico, nem documentário, nem obra vídeo e, sim, simples imagens da vida cotidiana dos Índios Ka’apor (Maranhão). Profundamente tocada por essa comunidade, senti a necessidade de partilhar essas imagens. Partilhar seus sorrisos, sua autenticidade e distinção e, sobretudo, sua determinação em defender sua cultura tão crucial não somente para eles mesmos, mas também para nós todos, que intencionamos nos interrogar sobre o futuro de nossa humanidade. Essas imagens foram produzidas e montadas a partir da sensibilidade do olhar singular de Françoise Biernaux, artista videomaker belga, quando acompanhava, em novembro de 2016, uma visita à aldeia indígena Ka’apor de Axinguirendá (MA) com os antropólogos Alessandro Campos e Etienne Samain. No caso de Samain, a expedição representava um reencontro, 36 anos depois, de seu trabalho de campo, com seus amigos Ka’apor”.

Ficha técnica: Realização: Françoise Biernaux / Axinguirenda, Maranhão, Brasil, 2016.

Sessão 2

Ver peixe, de Rafael Victorino Devos e Gabriel Coutinho Barbosa (Brasil, 46 min, documentário, 2017)
(Menção honrosa no Prêmio Pierre Verger, 2018)

Sinopse: Nas praias do sul do Brasil, os vigias procuram sinais dos cardumes de tainhas. Estimam a quantidade de peixes, a direção e a velocidade em que seguem, orientam os camaradas no cerco com a canoa e a rede. Ver peixe é desvendar mudanças de temperatura e da superfície do mar, de direção e intensidade dos ventos e ondulações.
Acompanhando pescadores no cerco de praia, o documentário segue suas habilidades perceptuais para aprender a ver peixe. Suas ações revelam uma ecosemiótica da tainha, nos modos dos cardumes se mostrarem na paisagem. O filme alterna dois ritmos. Um segue a estética da vigia, a espera pela passagem dos cardumes nas ondas, em manchas e agitações no mar, na mudança de ventos, nos mergulhos de pássaros, em notícias no rádio. O outro é o cerco, câmera na ação com uma estética de contato, imagens hápticas em que peixes, água, sangue, areia, mãos, pés e redes atingem a lente e o microfone.

Ficha técnica: Pesquisa e Roteiro: Rafael Victorino Devos, Gabriel Coutinho Barbosa, Viviane Vedana / Direção: Rafael Devos Imagens: Rafael Devos, Gabriel Coutinho Barbosa / Som direto: Viviane Vedana / Montagem: Rafael Devos / Edição de Som: Viviane Vedana, Julio Cesar Stabelini / Realização: CANOA – Coletivo de Estudos em Ambientes, Percepções e Práticas – PPG Antropologia Social – UFSC

Sessão 3

Simbiose, de Júlia Morim de Melo (Brasil, 20 min., documentário, 2017)

25 de junho, terça-feira, às 15 horas

Sessão 1

Era um corpo de mulher…, de Ewelter Rocha (Brasil, 13 min)

Sinopse: O ensaio audiovisual apresenta uma proposta de escritura etnográfica híbrida, que tem por substrato uma pesquisa de doze anos desenvolvida no sertão do Cariri cearense, região situada ao sul do Ceará. Nessa perspectiva, há uma narrativa em que músicas, sonoridades, fotografias, esculturas, cordel, textos e falas se entrecruzam na construção de uma montagem audiovisual que favoreça imbricar no mesmo suporte a evocação de uma experiência etnográfica e a produção artística local que representa e ressignifica a corporeidade sagrada e mundana das beatas de Juazeiro.

Ficha técnica: Pesquisa e direção: Ewelter Rocha / Edição: Helton Vilar / Imagens: David Aguiar, Antônio José (Pajé), Ewelter Rocha e Helton Vilar / Trilha original: Ewelter Rocha / Trilha eletroacústica: Germán Gras e Ewelter Rocha / Pós-produção de áudio: Jean Nands / Desenho de som: Helton Vilar e Ewelter Rocha / Autoria e declamação do cordel: Ewelter Rocha

Sessão 2

Tabuluja (Acordem), criação colaborativa de Shambuyi Wetu, com Rose Satiko Hikiji e Jasper Chalcraft (Brasil, 11 min., 2017)

Exibição deste filme contará com a presença do artista e co-diretor,  Shambuyi Wetu e da diretora do filme, Rose Satiko Hikiji, e será seguida de debate.

Sinopse: Shambuyi Wetu, artista da República Democrática do Congo refugiado em São Paulo, constroi com suas performances narrativas sobre a experiência da diáspora e a situação do normal no mundo. O filme é uma criação colaborativa do artista com os antropólogos Rose Satiko Hikiji e Jasper Chalcraft, e integra a coleção Afro-Sampas, série de filmes sobre a experiência de músicos, dançarinos e artistas africanos residentes em São Paulo, desenvolvidos no projeto “Ser/Tornar-se africano no Brasil: Fazer musical e patrimônio cultural africano em São Paulo”. 

Ficha técnica: Direção: Shambuyi Wetu, Rose Satiko Hikiji, Jasper Chalcraft / Câmera: Jasper Chalcraft e Rose Satiko Hikiji / Som: Ricardo Dionisio / Edição: Leo Fuzer / Trilha sonora: Yannick Delass / Produção: Laboratório de Imagem e Som em Antropologia / LISA-USP / Apoio: Fapesp (Processos Fapesp 2016/05318-7 e 2016/06840-9)

Confira também a programação do Conversa na exposição com antropólogos.